As Filipinas têm uma delegação na sessão bienal de alto nível da Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção (UNCAC), liderada pelo Provedor de Justiça Boying Remulla.
O que ele planeia levar da cimeira?
À medida que o escândalo de corrupção no controlo de inundações continua a erodir a confiança pública no país, Remulla disse que a conferência é uma oportunidade para estabelecer contactos com outros países onde os fugitivos possam procurar refúgio.
"Queremos ver que estamos no mesmo barco que muitos países e seguimos os mesmos princípios. E com base nisso, podemos realmente fazer uma boa estratégia de networking aqui. Todos que querem evadir a lei irão para outro país, e muito provavelmente um dos países que estão representados aqui", disse Remulla à Rappler na segunda-feira, 15 de dezembro, à margem da 11ª Sessão da Conferência dos Estados Partes da UNCAC.
"Se tivermos um bom relacionamento aqui, podemos também ter reciprocidade de acomodação em relação aos fugitivos da justiça. Porque muitos vão escapar. Temos certeza disso", acrescentou Remulla, o chefe da delegação filipina.
A quem ele poderia estar a referir-se?
Ele disse que um deles é Zaldy Co, o ex-congressista acusado de corromper o orçamento nacional de 2025. Também se acredita que ele ainda seja o proprietário — apesar do seu desinvestimento — da Sunwest Construction, uma empresa de contratação que ganhou biliões em projetos de obras públicas, alguns dos quais revelaram-se abaixo do padrão.
O Sandiganbayan recentemente declarou Co um "fugitivo da justiça". A Presidente do Sandiganbayan, Geraldine Econg, faz parte da delegação filipina à COSP.
Co renunciou ao Congresso, recusa-se a voltar para casa e enfrenta acusações criminais. O Gabinete Nacional de Investigação solicitou um alerta vermelho da Interpol contra ele.
Mas Remulla disse que há outros.
"Ainda há muitos que vão escapar e procurar maneiras de evadir responsabilidade, prestação de contas e responsabilidade legal. É por isso que deve antecipar esse cenário. Se viermos aqui, essa é a nossa estratégia. Convivemos com eles e partilhamos refeições com eles para termos um bom relacionamento com outros países do mundo", disse Remulla.
"Esperamos obter um bom diretório das pessoas presentes para que possamos enviar-lhes e-mails quando surgir a ocasião. E para lembrá-los de que também fizemos parte desta conferência", acrescentou.
Além de Co, outro inimigo político da atual administração escondido no estrangeiro é Harry Roque, porta-voz da era Duterte, cujo passaporte foi cancelado por um tribunal de Pasig devido a um caso de tráfico humano relacionado com os seus alegados laços com um operador de jogos de azar.
A Comissão Presidencial Anti-Crime Organizado já solicitou um alerta vermelho da Interpol contra Roque.
A COSP11 reúne representantes de 192 governos que ratificaram a UNCAC, defensores anticorrupção da sociedade civil, média e setor privado.
As resoluções da COSP não são juridicamente vinculativas. O que for acordado na cimeira de uma semana não obrigará os governos a aprovar medidas quando regressarem aos seus países.
No entanto, aplicará pressão sobre os estados signatários como as Filipinas para cumprirem os padrões globais estabelecidos. – Rappler.com


