Ibovespa: Bolsa despenca com pesquisa eleitoral e ata do Copom

Após chegar próximo dos 163 mil pontos, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, voltou a despencar nesta terça-feira (16), fechando em queda de 2,40%, aos 158.577 pontos — na mínima do dia.

A desvalorização refletiu a divulgação da pesquisa Genial/Quaest sobre a eleição presidencial de 2026, a primeira sem o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro. O levantamento mostrou vantagem expressiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre possíveis adversários.

Em fala ao Broadcast, Rodrigo Alvarenga, sócio da One Investimentos, explicou que a percepção de uma possível vitória do atual governo em 2026 enfraquece a expectativa de um ajuste fiscal mais robusto a partir de 2027, afetando o mercado.

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A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) também pesou sobre o mercado. O documento trouxe um tom considerado mais conservador, ao reconhecer a acomodação da inflação, mas destacar a persistência de riscos no horizonte.

Julio Barros, economista do Daycoval, afirma que o texto manteve um viés contracionista, indicando que janeiro ainda é cedo para uma redução dos juros, com um cenário mais claro possivelmente em março.

Na semana, a Bolsa recua 1,37%. No mês, a queda é de 0,32%, enquanto no ano o índice ainda avança 31,82%.

Destaques do Ibovespa

O setor financeiro puxou as perdas, com ações de grandes bancos recuando até 5,22%, caso do BTG Pactual (Unit), que fechou na mínima do dia. Santander (Unit) caiu 3,58%, Itaú (PN) recuou 2,58% e Bradesco (ON) perdeu 2,78%.

Petrobras também contribuiu negativamente, com queda de 2,74% (ON) e 3,03% (PN), impactadas pelo recuo de quase 3% nos preços do petróleo. A Vale, por outro lado, limitou o desempenho negativo, encerrando em alta de 0,38%.

Entre as maiores altas do dia ficaram Brava (+2,47%), Gerdau (+1,53%) e Metalúrgica Gerdau (+1,37%). Já Rumo (-6,94%), Cosan (-6,78%) e Smart Fit (-6,56%) lideraram as quedas. Somente nove dos 82 papéis do Ibovespa fecharam em alta.

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Payroll nos Estados Unidos

Os Estados Unidos criaram 64 mil empregos em novembro, segundo o payroll (relatório de empregos) divulgado nesta terça-feira (16) pelo Departamento do Trabalho. O resultado ficou dentro do esperado pelos analistas.

William Castro Alves, estrategista chefe da Avenue, diz que, embora o relatório de novembro tenha mostrado uma recuperação no mercado de trabalho, os dados ainda são insuficientes para gerar uma mudança imediata na política monetária do Federal Reserve (Fed).

Ele afirma que o payroll “foi saudável, mas não comemorável”, e que somente o relatório de dezembro, que será divulgado em janeiro, deverá ser mais relevante para dar pistas sobre o rumo dos juros no país.

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