O Bitcoin registrou uma queda significativa nas últimas horas, caindo abaixo de US$ 87 mil nesta madrugada de 17 de dezembro de 2025. De acordo com dados da Binance, o BTC foi negociado a US$ 86.988, com variação de +1,61% em 24 horas, após uma queda de quase 4% na manhã de 16 de dezembro, equivalente a R$ 469.176,10 em reais.
A volatilidade do Bitcoin reflete um cenário macroeconômico complexo, marcado por incerteza sobre a trajetória das taxas de juros globais e tensões geopolíticas que redesenham o comércio internacional.
Analistas técnicos apontam níveis críticos de suporte para o Bitcoin. O principal suporte está em US$ 83.712, com risco de queda adicional para US$ 74 mil caso esse nível seja rompido. A resistência técnica está posicionada em US$ 94 mil.
Um fator técnico preocupante é a formação de um “death cross” nas médias móveis de 50 e 200 dias, um sinal histórico de tendência de baixa que pode intensificar a pressão vendedora nos próximos dias.
Segundo análises de mercado, o Bitcoin caminha para seu quarto ano consecutivo de queda, com o mínimo anual registrado em abril de 2025 em torno de US$ 74.400, influenciado pelas políticas tarifárias do governo Trump.
A queda do Bitcoin ocorre em um contexto de incerteza sobre a política monetária dos Estados Unidos. O Federal Reserve cortou as taxas de juros para 3,5%-3,75% em 10 de dezembro, marcando o terceiro corte do ano. No entanto, dados de emprego mais fortes que o esperado reduziram as expectativas de novos cortes rápidos pelo Fed.
A inflação nos EUA permanece em 3%, enquanto o PIB é projetado em 1,7%, criando um cenário de desaceleração econômica que pressiona tanto os mercados de ações quanto os criptoativos.
Nos EUA, indicadores de atividade empresarial em dezembro atingiram o ritmo mais fraco desde junho, com queda nos novos pedidos tanto para manufatura quanto para serviços, sinalizando possível desaceleração mais profunda.
A incerteza global afeta diretamente os mercados brasileiros. O Ibovespa despencou 2,42% na terça-feira (16 de dezembro), fechando abaixo de 160 mil pontos, aos 158.578 pontos. O dólar americano subiu 0,73%, cotado a R$ 5,4624, refletindo aversão ao risco e migração de investidores para ativos mais seguros.
A indefinição sobre a trajetória da Selic (taxa básica de juros brasileira) também contribui para a volatilidade. Investidores têm migrado temporariamente da bolsa para renda fixa, buscando proteção em um cenário de maior incerteza.
Por trás da volatilidade dos mercados financeiros, há uma disputa geopolítica crucial: o controle de terras raras e minerais críticos. O governo Trump tem promovido “acordos de paz” em regiões estratégicas, como a República Democrática do Congo, com o objetivo de diversificar o acesso a recursos essenciais para tecnologia e energia renovável.
A China controla atualmente 60% da extração global de terras raras e 90% do processamento desses 17 elementos essenciais para microchips, baterias e telas. Os EUA estão financiando projetos brasileiros de terras raras, incluindo R$ 2,5 bilhões para Serra Verde e R$ 27,5 milhões para Aclara via DFC (Development Finance Corporation), sinalizando um acordo iminente com o Brasil para diversificar suprimentos.
Essa competição geopolítica por recursos críticos está redesenhando as cadeias globais de suprimento e criando novas oportunidades e riscos para investidores em criptomoedas e ativos tradicionais.
O governo Trump mantém uma postura agressiva em relação à guerra comercial com a China, implementando tarifas que afetam cadeias globais de suprimento. Essa política de protecionismo comercial aumenta os custos para empresas multinacionais e pressiona a inflação em diversos setores.
Para investidores em criptomoedas, a incerteza sobre tarifas e comércio internacional adiciona uma camada extra de volatilidade, já que o Bitcoin é frequentemente visto como um ativo de “alto beta” que amplifica movimentos de mercado em períodos de incerteza.
Fluxos de ETF de Bitcoin: Os movimentos de entrada e saída de capital em ETFs de Bitcoin são indicadores importantes da demanda institucional. Analistas recomendam monitorar esses fluxos para calibrar o sentimento do mercado.
Métricas On-Chain: Dados sobre movimentação de Bitcoin em exchanges, carteiras de longo prazo e padrões de acumulação podem fornecer pistas sobre o próximo movimento de preço.
Decisões do Fed: Novos relatórios de emprego dos EUA e declarações de autoridades do Federal Reserve serão cruciais para determinar a trajetória das taxas de juros e, consequentemente, o apetite por risco nos mercados.
Comunicações do Banco Central Brasileiro: Decisões do Copom (Comitê de Política Monetária) e dados fiscais domésticos determinarão a trajetória da Selic e a confiança dos investidores no Brasil.
Tensões Comerciais: Novos desenvolvimentos na guerra comercial EUA-China e implementação de tarifas podem alterar significativamente as expectativas sobre cadeias de suprimento e preços de commodities.
O Bitcoin e os mercados financeiros globais enfrentam um período de volatilidade estrutural em 2025, impulsionado por incerteza sobre política monetária, tensões geopolíticas e competição por recursos críticos. Investidores devem tratar o Bitcoin como um ativo de alto beta, mantendo diversificação adequada e monitorando continuamente os indicadores macroeconômicos e geopolíticos que moldam o cenário de risco global.
A próxima semana será crucial para determinar se o Bitcoin consegue manter suporte acima de US$ 83.712 ou se enfrentará pressão adicional em direção aos níveis mais baixos do ano.



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