O presidente do Paraguai, Santiago Peña (Partido Colorado, direita), disse que o Mercosul ficou como “noivo esperando a noiva no altar” depois de frustração com a não assinatura do acordo entre o Mercosul e a União Europeia. A fala se deu na 67ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, realizada neste sábado (20.dez.2025) em Foz do Iguaçu (PR).
A pedido da União Europeia, a cúpula de líderes sul-americanos, que estava prevista para ser realizada no início de dezembro, foi adiada para este sábado.
Na 4ª feira (17.dez.2025), o Parlamento Europeu anunciou que havia concluído as negociações informais para proteger agricultores da UE do aumento excessivo de produtos do Mercosul, o que criou uma expectativa de que o acordo pudesse ser assinado na cúpula deste sábado.
Contudo, na 5ª feira (18.dez.2025), a presidente da União Europeia, Ursula von der Leyen, comunicou aos líderes dos 27 países da UE o adiamento da assinatura do acordo para janeiro de 2026. As negociações entre os blocos se estendem desde 1999.
O presidente do Brasil, Lula (PT), em sua fala na cúpula, assumiu uma atitude otimista sobre o acordo. “O acordo será firmado e eu espero que seja assinado, quem sabe, no primeiro mês da presidência do Paraguai pelo companheiro Santiago Peña”, disse o petista.
Lula classificou a demora como um problema interno da UE e não entre Mercosul e União Europeia.
“Todos nós sabíamos a posição da França, histórica. Na última semana surgiu um problema com a primeira-ministra Meloni, da Itália. Não um problema com um acordo firmado entre Mercosul e União Europeia, mas de um acordo firmado entre a própria União Europeia. A Meloni dizia que a distribuição de verba para a agricultura na União Europeia estava prejudicando a Itália. E ela, então, estava com um problema com os produtores agrícolas. Ela não poderia assinar nesse momento o acordo”, explicou.
A cúpula em Foz do Iguaçu encerra a Presidência pro tempore brasileira do Mercosul. Peña assumirá a em janeiro e ficará na função por 6 meses.


