Viver como um turista em casa.
Foi o que Charles Piriou — um especialista em hotelaria e gastronomia parisiense que viveu por duas décadas no Brasil — fez ao voltar à Cidade Luz em 2023.
“Eu precisei voltar a Paris para cuidar do meu pai e não me adaptei ao apartamento que aluguei. Então decidi viver de hotel em hotel, revivendo a cidade e conhecendo lugares em que nunca tinha estado,” Charles disse ao Brazil Journal.
Ao longo dos últimos três anos, ele se hospedou em 80 hotéis espalhados pela capital francesa — agora, as 44 experiências que mais o marcaram recheiam o recém-lançado livro de mesa Hôtels de Paris.
Charles explica que ele não quis que o livro abrangesse apenas hotéis 5 estrelas, e sim uma mescla entre estabelecimentos tradicionais, modernos e conceituais que ilustrasse a heterogênea oferta hoteleira parisiense.
“Cheguei à cidade no período que antecedeu as Olimpíadas, e Paris havia se transformado. Acredito que hoje seja a cidade mais diversa do mundo em termos de hotelaria,” me disse ele. “Alguns hoteis da lista são ‘casos antigos’ na minha vida, mas uma grande parte eu visitei pela primeira vez.”
Sobre o jovem Madame Rêve — o hotel com terraço panorâmico que ocupou a antiga sede dos correios do Louvre, localizado a poucos metros da Bourse de Commerce — Charles se diz impressionado com a “mistura de respeito patrimonial e de ousadia assumida” presente no empreendimento de Laurent Taïeb.
“Às vezes me pergunto se gosto ou não, mas reconheço que, no fundo, me sinto muito bem ali. Porque é vivo, audacioso, inesperado,” escreveu. “Subo até o último andar e a vista panorâmica me dá vontade de celebrar. O Madame Rêve não é um hotel como os outros. É uma aposta. E só por isso já tem o mérito de existir.”
Já nas páginas dedicadas ao icônico Costes, o autor volta no tempo. Ele relembra as madrugadas de bebedeira no bar do hotel vizinho ao Jardin des Tuileries e conclui que a alma do local permanece intacta 30 anos após sua inauguração.
Além de tomar umas no Costes, Charles também trabalhou no hotel como maître, e foi lá que, em 2003, recebeu o convite para trabalhar no Brasil.
Neto de um comandante da Air France, ele cresceu ouvindo as histórias das andanças do avô e observando o funcionamento de cafés e restaurantes de Paris, um balé que sempre o hipnotizou.
Aos 16 já trabalhava em um restaurante japonês ao lado do Louvre. Aos 19, desembarcou no Brasil.
“O País valorizava muito a mão de obra estrangeira no setor de hospitalidade, e eu fui convidado para tocar o restaurante da extinta loja Clube Chocolate,” disse. Mais tarde, Charles ainda trabalhou em empresas como o Hyatt antes de voltar à França.
Desde então, testou a oferta hoteleira de Paris e, mais recentemente, tem rodado o mundo todo de hotel em hotel escrevendo suas experiências para veículos como a GQ — mas agora quer dar uma sossegada.
“O livro encerra esse ciclo. Eu aluguei um apartamento em Paris e quero focar em viagens mais longas e profundas, compartilhando meu olhar e minha curadoria com empresas, agências e meu público,” disse.
Hôtels de Paris, que tem prefácio de Caroline Putnoki, a diretora para a América do Sul da agência de turismo do governo da França, está disponível no site e na livraria paulistana Megafauna.
À bientôt.
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