O mercado de criptomoedas viveu mais um dia de pressão nesta semana, com o Bitcoin acumulando queda próxima de 4% e arrastando o valor total do setor para baixo. Mesmo nesse cenário adverso, um ativo específico chamou a atenção dos investidores: PinPin (PIPPIN). Enquanto o mercado recuava, o token registrou alta superior a 21%, ampliando um movimento que já vinha ganhando força nos últimos dias.
Dados de mercado mostram que o PIPPIN subiu 32,57% em apenas 24 horas, acumulando uma valorização de mais de 150% em sete dias. O desempenho destoou completamente do restante do mercado, que enfrentou uma retração de cerca de 4% no mesmo período. A disparada levantou questionamentos sobre os fatores que sustentaram esse movimento em meio ao pessimismo generalizado.
A análise on-chain aponta que a alta do PIPPIN não foi impulsionada por adoção orgânica, mas sim por uma combinação de acumulação coordenada por grandes carteiras, redução de liquidez nas exchanges e dinâmica de short squeeze. Esses elementos criaram um ambiente propício para movimentos rápidos e amplificados de preço.
Levantamentos mostram que 50 carteiras realizaram compras sincronizadas que somaram aproximadamente US$ 19 milhões em PIPPIN, com recursos originados da corretora HTX. As aquisições ocorreram de forma concentrada desde outubro, o que reduziu significativamente a pressão vendedora. Paralelamente, outras 26 carteiras retiraram cerca de 44% da oferta circulante das exchanges, o equivalente a US$ 96 milhões, aprofundando a escassez momentânea do token no mercado à vista.
Esse tipo de comportamento costuma gerar impacto imediato em ativos com liquidez mais restrita. No caso do PIPPIN, cuja oferta circulante gira em torno de 999 milhões de tokens, a concentração elevou rapidamente a pressão compradora. Estimativas indicam que essas carteiras passaram a controlar quase metade do supply, um fator que acelera altas, mas também aumenta o risco de correções abruptas.
Outro componente decisivo foi o mercado de derivativos. Antes da disparada, 72% dos traders estavam posicionados na venda, apostando em uma queda do ativo.
Com a alta inesperada, o mercado liquidou posições vendidas em cadeia. Nas últimas 24 horas, o movimento forçou o encerramento de mais de US$ 11 milhões em shorts, gerando compras automáticas e ampliando a pressão de alta.
O open interest do PIPPIN chegou a US$ 135 milhões, sinalizando forte presença de alavancagem. Mesmo após as liquidações, as taxas de financiamento seguem negativas, o que indica que o viés vendedor ainda não foi completamente eliminado. Esse cenário aumenta a volatilidade e mantém o ativo suscetível a movimentos bruscos em ambas as direções.
Do ponto de vista técnico, o token também apresentou sinais que atraem traders de curto prazo. O preço rompeu a média móvel simples de sete dias e superou níveis relevantes de retração de Fibonacci. O indicador MACD entrou em território positivo, reforçando a leitura de impulso. Por outro lado, o RSI em 80,67 aponta condições claras de sobrecompra, sugerindo que o rali pode estar próximo de um esgotamento.
Além do movimento de preço, o projeto desperta interesse pelo conceito. PIPPIN é um token construído na rede Solana que nasceu como memecoin, mas evoluiu para um experimento de inteligência artificial autônoma. O personagem surgiu a partir de uma imagem de unicórnio gerada por IA e, posteriormente, foi transformado em um agente digital capaz de interagir de forma independente nas redes sociais.
O projeto utiliza frameworks abertos, como o BabyAGI, e opera sob licença CC0, permitindo que qualquer pessoa use a marca, a imagem e a narrativa do personagem. A proposta incentiva a criação de jogos, ferramentas e conteúdos criativos, formando um ecossistema colaborativo baseado na comunidade.
Apesar da narrativa criativa e do apelo conceitual, analistas avaliam que a recente valorização do PIPPIN reflete principalmente engenharia de liquidez e alavancagem, e não um crescimento estrutural do projeto. A sustentabilidade do movimento depende da manutenção do volume diário acima de US$ 84 milhões e, sobretudo, do comportamento das grandes carteiras.
O post O que é PinPin, criptomoeda que subiu 21% enquanto o BTC cai 4% apareceu primeiro em BitNotícias.


